Jornalista defende em Audiência
Pública castração de pedófilos
Mais de mil casos de abuso e exploração sexual de menores
foram registrados no Amapá no ano passado. É o que aponta
um levantamento feito pela Sims (Secretaria de Mobilização
e Inclusão Social) divulgado na Audiência Pública
realizada ontem (21), pela Assembleia Legislativa para discutir os
casos de pedofilia no Amapá.
O debate foi proposto pelo deputado estadual Ruy Smith (PSB), presidente
da Frente Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente
da Assembleia Legislativa. O assunto está na pauta de discussão
do Legislativo desde o ano passado, quando em outra Audiência
Pública sugerido por Ruy Smith, a AL discutiu a Violência
Contra a Criança e o Adolescente no Estado.
A maioria das ocorrências foram registradas em Macapá,
745 no total. O município de Santana aparece como o segundo
em número de registros com 346 casos. A Sims também
confirmou ocorrências desse tipo de crime nos três municípios
da fronteira, mas em menor número. Em Laranjal do Jarí
foram 25 casos; Vitória do Jarí, dois (região
sul) e Oiapoque, 12 (região norte).
Diante esses números alarmantes, todos os participantes que
usaram da palavra foram unânimes em afirmar que é preciso
um engajamento maior da sociedade, e não apenas do Poder Pública,
para se fazer frente a essa situação para se evitar
um mal maior no futuro.
Castração
No debate, dois depoimentos contundentes prenderam à atenção
das pessoas presentes nas galerias da AL, a maioria formada por crianças
e adolescentes de escolas da capital.
Um deles foi o do jornalista Carlos Lobato, do programa, do Programa
Tribuna da Cidade, da Rádio Cidade (101 FM). Ele afirmou que
diariamente recebe denúncias de casos de pedofilia praticadas
por pessoas “engravatadas” que se utilizam de sua posição
social para aliciar menores.
“São casos que deixam qualquer um indignado. Num dos
relatos me foi passado que um ‘figurão’ deu de
presente um carro para poder ficar com a menina. Depois ele ainda
se deleitou com a mãe de sua vítima inocente”,
revelou.
Visivelmente revoltado, Carlos Lobato Chegou a chocar os presentes
ao defender a castração química dos criminosos
condenados por pedofilias. “Não há outro remédio
para quem pratica esse tipo de crime. E já dizia minha avó,
quanto mais amargo, melhor o remédio.
Operação Arcângelo
A coordenadora do Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente
de Roraima, Ivanilda Pinheiro Salucco, presidente da seccional Norte
do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência
Sexual de Crianças e Adolescente, uma das palestrantes, contou
dois casos ocorrido em seu estado, um envolvendo um rapaz que suicidou-se
aos 21 anos por não agüentar a violência sofrida
e outro de uma menina que começou a ser violentada aos oito
anos.
Ivanilda Salucco foi uma das responsáveis pela deflagração
da Operação Arcângelo deflagrada pela Polícia
Federal em Roraima. A operação foi responsável
pela desarticulação de uma rede de pedofilia existente
no estado envolvendo empresários políticos, militares,
entre outros, e que culminou com a prisão do procurador-geral
do Estado.
Capacitação
Coordenadora do Serviço de Violência Sexual do Rio Grande
do Sul, Joelsa Mesquita Andrade, outra palestrante do dia, falou da
experiência que vem sendo desenvolvida em seu estado que tem
conseguido avança na proteção às crianças
e adolescentes gaúchos. Uma das experiências vem sendo
executada pela Justiça, que passou a tomar o depoimento dos
menores vítimas de violência sexual, por meio de vídeo
conferência.
“Com isso, essas crianças e adolescentes deixam de ficar
cara a cara com seu agressor na hora do depoimento. Ela fica protegida
em uma sala especial e fala com o juiz por meio das câmeras
instaladas no ambiente. Com essa experiência é possível
também agilizar a tramitação do processo”,
disse.
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