O “vosso” oligarca e a mídia
*Por Nezimar Borges
POR ESSA o último coronel da política brasileira não
esperava. A contribuição inesperada e desesperada da
mídia em mostrar seus modus operandi em relação
à forma de como ludibriar a as instituições brasileiras..
E, nesse caso, o papel da mídia é correto? Ou, digna
de mídia coerente com os pressupostos com que está sacramentado
na carta magna superior sobre meios de comunicações?
O qual é levar à população a informação
de qualidade, independente de ideologia política partidária?
Uma das figuras mais abominável para os socialistas brasileiros,
se não a mais, semana entrante, deve pagar uma pequena parte
de seus “pecados” ou “dívidas” com
a ala mais progressista ou com os setores mais esclarecidos da sociedade.
E a aqui é bom destacar - pena ser apenas nesse caso - o papel
da mídia em mostrar a verdadeira face obscura do oligarca maranhense.
Comentando sobre esse caso, hoje, em uma reunião pedagógica,
se ouviu de um jovem professor o comentário sobre a situação
da educação no estado do Amapá. Dizia ele: “a
educação está assim desse jeito porque quem manda
aqui é o Sarney”. E, pode se dizer que uma minúscula
parte do pecado e da dívida mencionada acima, apesar de ser
um pequeno fato perante outros mais graves, ser em alusão ao
que acontece na educação do Amapá. Mas, deixando
o descaso da educação de lado, voltamos ao papel da
mídia. Deve-se agradecê-la por colocar uma figura em
seu verdadeiro lugar, que, até então, há três
meses posava de grande “exemplo” de “estadista”
de político tupiniquim aos mais desinformados. Agora, a sua
figura esculachada, na vala comum de outros de outrora juntando se
ao perfil enigmático e emblemático, para não
dizer nocivo a sociedade, como exemplos de Jáder e ACM, que
em outras épocas passaram por atropelos menores em comparado
a esse. Para aqueles que acompanham a política de perto, não
é novidade. Mas para a “plebe”, hoje, ficar sabendo
dos inúmeros atos de corrupção do temido coronel
maranhense, sim. Ou já desconfiavam dos atos nada republicanos
do oligarca. Em artigo de hoje para o jornal direitista folha de São
Paulo é visível o seu “chororo” em relação
à eminência de sua derrocada, atribuindo a culpa desta
última à mídia. Da situação que
passa nesses dias, segundo ele, do ataque a sua “honra”.
Há de se comentar o papel da mídia sobre a avalanche
de noticias, e é bom que se diga, verídicas em relação
ao caudilho maranhense. As mesmas vêm à tona, pois quando
se há uma guerra política pelo poder, onde a disputa
está ideologicamente indo pelo mesmo caminho, aparece à
luz da sociedade, a veracidade de atos obscuros da política
brasileira. Enfim, pena ser apenas nesse caso, ainda que por meros
interesses que seja, a mídia está correta. Mas ela está
errada em inúmeros outros casos, pois usa dois pesos e duas
medidas, mostrando a sua faceta eleitoreira, como por exemplo, do
caso da filha do ex-presidente vendilhão neoliberal, FHC. Pois
a mídia não deu publicidade igual aos atos desvairados
do maranhense em relação à filha de FHC a qual
recebia do senado quase oito mil reais sem trabalhar. Ainda empossada
no cargo por ato secreto de um senador do PFL, hoje DEM.
Esse caso chega a ser “delicioso” para muitos. Saber
que Sarney estará condenado ao ostracismo e, porque não
dizer, que o feitiço virou contra o feiticeiro, em referencia
ao trabalho dos jornalistas do Estadão. Pois como se sabe,
Sarney é dono de uns conglomerados de empresas de comunicação
no Maranhão e controla indiretamente quase todas as empresas
de comunicação no Amapá. Sempre as usou para
atingir, mesmo diante de inverossímilidades, seus adversários
políticos. Nas eleições de 2006, a internet escapou
do seu controle, e, de posse de sua influência de parte do judiciário,
calou e fechou sites e blogs na justiça amapaense.
Em tempo, a farsa montada pelo áulico maranhense em 2001 e
colocada em prática por seus asseclas amapaenses, as quais
diziam suas mídias quase que diuturnamente, de que o então
governador socialista João Capiberibe havia sacado em boca
de caixa quase quatrocentos milhões de reais. Um absurdo. Farsa
que, digamos assim, “esquentou” outra farsa paralela,
o caso da cassação de mandato do senador. Nessa época,
jornais locais, como o Diário do Amapá, sempre apareciam
com capas difamatórias e caluniosas dentro do plenário
do senado federal, no intuído, talvez, de justificar o processo
de cassação do socialista. A farsa, depois de anos,
foi desmontada pela polícia federal, pelo ministério
público, pela justiça e pelo Juiz federal do Estado
do Amapá, José Renato Rodrigues, que absolveu João
Capiberibe.
Ainda nos seus transcritos de hoje, reveste-se da reciprocidade entre
política e guerra para, talvez, justificar uma possível
injustiça do qual estaria sendo vítima. Mesmo quando
é pego vivendo, ainda que se diga, sem necessidade, à
custa não da honra, mas da desonra do senado federal.
Lembrando Maquiavel e não Lênin, como diz, da reciprocidade
entre política e guerra: os fins justificam os meios. É
certo que essa filosofia é muito bem usada por ele. Nesse caso,
usa de todos os meios - meios de comunicações,
literalmente, a mídia barata para atingir seu fim. Foi assim
em tantas eleições usurpadas por Sarney no maranhão
e no Amapá. E, seria trágico não fosse tão
cômico, Sarney associar a arte de fazer jornalismo (destruindo
biografias como a dele) à arte de fazer política direcionada
à guerra. Ele que sempre usou essas mídias para prolongar
seu poder.
Afinal deixa-se a seguir sua frase, para reflexões, suas lamentações
e o seu “chororo”:
“Hoje, com a sociedade de comunicação, os princípios
da guerra aplicados à política são mais devastadores
do que a guilhotina da praça da Concorde. O adversário
deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina
de repetição e propagação, qualquer que
seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia,
até a invenção falsificada de provas.(...)diante
desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça
anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais,
a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa
humana?”
É... Sarney provando a pequeno gosto do seu próprio
veneno.
*Nezimar Borges - Tecnólogo e Professor
Publicado em http://www.nezimarborges.blogspot.com