Em Brasília, ato repudia farra do Senado e pede ética
na política
A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) discursou hoje, 10,
na tribuna da Câmara dos Deputados para tratar de dois temas
que considera importantes na consolidação da democracia
brasileira: a ética e a transparência na política
e a defesa dos direitos humanos.
A deputada abordou a crise institucional do Senado Federal e da política
brasileira e convidou para o ato em defesa da ética e da democracia
que ocorrerá em Brasília, na quinta, 13, às 10
horas da manhã, no auditório da OAB Nacional.
“Nem fechamento do Senado nem a renúncia coletiva dos
Senhores Senadores vão pôr fim às crises cíclicas
da política brasileira”, discursou a socialista, para
quem “é o envolvimento de todos os cidadãos que
produzirá um resultado muito mais positivo para a democracia,
a ética, a transparência, a cidadania, a coletividade
e a política”.
E desafiou: “A política não é só
para os políticos. Só o eleitor pode pôr o pijama
nos maus políticos e aposentá-los de vez. Mas o cidadão
precisa participar efetivamente da vida pública. Cada brasileiro
tem o direito de protestar contra os desmandos e o comportamento vergonhoso
do senador Sarney e seu grupo no Senado e na política. Cada
cidadão pode propor ações para fortalecer nossa
democracia, com princípios morais e éticos que valham
para todos, político ou não”, afirmou.
A deputada Janete Capiberibe e os senadores João Capiberibe
e Cristovam Buarque já confirmaram presença no evento
que deverá reunir estudantes, profissionais liberais, empresários
e outras categorias de trabalhadores.
Direitos Humanos - A deputada socialista denunciou as ameaças
de morte sofridas pelo Frei Henry de Roziers, 79 anos, coordenador
da Pastoral da Terra em Xinguara, Pará. São oferecidos
R$ 100 mil para que estiver disposto a assassiná-lo. Ele é
militante na luta pelo direito dos posseiros e trabalhadores rurais
à terra e contra os grandes latifúndios formados a partir
da grilagem. Em 2006, fazendeiros pagaram R$ 50 mil para o assassinato
da Irmã Dorothy Stang, na mesma região.
Segundo a deputada, “a MP 448/2008, considerada inconstitucional,
feita na prancheta dos ruralistas para regulamentar a ocupação
das terras na Amazônia, chamada de MP da Grilagem, tornou a
situação mais tensa naquela região de grandes
fazendas de terras griladas e assentamentos de trabalhadores rurais
sem terra”. Ela cobrou providências da Câmara dos
Deputados e do Governo Federal para evitar um novo assassinato de
militantes pelos direitos humanos no Pará.
“Não podemos admitir que a ilegalidade e a ganância
se sobreponham à vida, à Amazônia e aos direitos
do povo brasileiro”.
Sizan Luis Esberci