Waldez cometeu “estelionato eleitoral”, diz
Capiberibe
Discurso do deputado do PSB foi feito
durante votação
de requerimento do deputado Kéka Cantuária, líder
do PDT.
A farra dos contratados administrativos no governo estadual começa
a entrar na sua fase de rebordosa. Reconhecidos instrumentos de barganha
eleitoral nas eleições de 2006 e 2008, que culminaram
com a reeleição do governador ao segundo mandato, e
dois anos depois, com a eleição do primo dele, Roberto
Góes, para a Prefeitura de Macapá, começam a
minar as colunas já carcomidas do Palácio do Setentrião
e expõe a rapinagem deslavada antes mantida sob o manto da
beatitude politico-administrativa constituída como bandeira
da gestão Waldez Góes.
Deputado estadual e atual líder da bancada governista na Assembleia
Legislativa do Estado do Amapá, Keka Cantuária (PDT)
está no meio des se novelo também acusado de contratações
irregulares quando era secretário da Administração
do governo Waldez Góes. Segundo o Ministério Público
do Estado, Cantuária coordenou a manobra para garantir a conquista
de uma cadeira no legislativo estadual, nas eleições
gerais de 2006. Conforme estimativas projetadas no decorrer das investigações,
foram 200 contratados administrativos capitaneados pelo parlamentar
pedetista.
A história mais escabrosa a emergir do mar de irregularidades
no governo de Waldez Góes saiu da Secretaria de Estado da Educação
(SEED), leia-se José Adauto Santos Bitencourt. Conforme o deputado
estadual Camilo Capiberibe (PSB/AP), foram mais de 1.500 contratos
administrativos só na SEED preenchidos como apoio para as campanhas
eleitorais de 2006 e 2008. "Boa parte desses contratados funcionaram
também como cabos eleitorais ", assinalou o socialista
em pronunciamento contundente feito no plenário da AL, durante
sessão ordiná ria de segunda-feira, 8 de junho.
Apesar de portar um escândalo desse quilate no currículo,
Adauto Bitencourt mantém a postura de gestor probo, aparentemente
preocupado só com a Educação no Estado do Amapá.
Tanto que procura responder, em tempo recorde, aos requerimentos remetidos
a ele pela bancada oposicionista na Assembleia Legislativa. Foi assim
com o ofício de número 0935/09 no qual o deputado do
PSB solicita informações detalhadas sobre todos os contratos
administrativos em andamento na SEED.
A resposta de Bitencourt veio a galope. Segundo o ofício número
127/09, do gabinete do secretário, "(...) o quantitativo
de contratos administrativos é de 1.497 professores".
Em seguida, esclarece "(..) que serão convocados 654 concursados
da lista de espera do concurso público realizado em 2005 (...)".
Ora, raciocina Capiberibe, se o governo já sabia quais eram
os aprovados no concurso realizado naquele ano, por que não
fez a imediata conv ocação deles? "A resposta é
simples: se convoca os concursados aprovados não sobrariam
vagas para negociar na campanha eleitoral de 2006 e 2008.
Agindo dessa forma, assinala o parlamentar, Waldez Góes enganou
os concursados. No entendimento do socialista, são faltas gravíssimas
cometidas pelo principal governante do Estado que precisam ser investigadas
em toda a sua extensão e sopesado os malefícios que
causaram à sociedade amapaense. "Foi um enorme crime de
estelionato, pois, as pessoas aprovadas em concurso que aguardavam
convocação para ocupação das vagas na
SEED votaram no governador Waldez Góes, nas eleições
de 2006. E os contratos administrativos, pela sua vulnerabilidade
também”, concluiu. Apesar de Keka Cantuária estar
presente no plenário nem ele nem nenhum deputado da base do
governo respondeu aos questionamentos do deputado oposicionista.
Assessor de Imprensa: Emanoel Reis (FENAJ 1.380-DRT/PA)
Estagiária: Karen Cardoso